18 de jun. de 2012

USO DA ESPIRULINA EM CANÁRIOS



Ivano Mortaruolo
ItáliaRevista Pássaros n0 22/2000

As espirulinas são um grupo de microalgas (com diâmetro de 50 microns e com comprimento de cerca de 250 microns) que se caracteriza pela peculiar forma espiral da qual originou o seu nome. Existem espécies que vivem em água marinha e outras típicas de água doce, mas o destaque é para aquelas de interesse alimentar (Spirulina máxima, S.platensis, S.fusiformis) que se encontram predominantemente nas quentes águas doces das zonas tropicais e subtropicais, caracterizadas por altas concentrações alcalinas (pH 11 e outros), habitat este que certamente não favorece o desenvolvimento de muitas formas de vida

O uso alimentar da espirulina (ditas também algas azuis), por parte de algumas populações que vivem ao longo do lago Cid, é conhecida desde os tempos dos antigos romanos e, atualmente, tais habitantes a utilizam junto com a farinha e mel na preparação de biscoitos

Relativamente recente são, ao contrário, o conhecimento das suas propriedades nutricionais e extra-nutricionais. Ao que se refere o primeiro aspecto, pode-se destacar que estas algas são caracterizadas por altas percentagens de vários princípios nutritivos. Para dar um exemplo, relato alguns dados obtidos das análises efetuadas na Spirulina máxima (originária do lago Texcoco, México); proteínas brutas 71% (constituídas por 18 aminoácidos, muitos dos quais essenciais); betacaroteno (vitamina A) 110mg/kg; cianocobalamina (vitamina B12) 2 mg/kg; (esta concentração é considerada a mais elevada de todos os alimentos); tocoferol (vitamina E) 190mg/kg.


Tal produto de alga é colocada no comércio sob forma de tabletes e comprimidos após haver sido submetido a um processo de desidratação que garante uma longa conservação e manutenção dos princípios nutritivos.


A sua administração no homem é considerada útil na luta contra a Aids e em outros eventos patológicos de natureza neoplástica e viral. Sua ação é também importante nos casos de desintoxicação, na convalescença e em inapetências.


Não surpreende assim, que o uso da espirulina já tenha sido feito também nas aves.


Na natureza, na Great Rift Vallery (África), os flamingos vermelhos conseguem manter viva e brilhante a cor da sua plumagem graças à ação dos fitopigmentos contidos na espirulina (absorvem com a peculiar filtragem da água mediante as lamelas do bico).


Como destaque aparecem os resultados das experiências conduzidas pelo professor Ernest Rosa (Universidade do Havaí) em codornas, as quais expressam um índice de fertilidade altíssimo (96,1%).


A espirulina se revela assim um apreciável imunomodulador, em grau de potencializar a produção dos linfócitos T, anticorpos e células "killer",constituindo assim um natural instrumento de prevenção de numerosos processos mórbidos.

No passado efetuei várias experiências em um grupo de diamantes mandarins (todos aparentados entre si e que, no exame objetivo, se revelaram com ótima saúde: a alguns foi administrada a mencionada alga na ração em razão de 1 a 2% pelo menos por 3 a 4 semanas. Os outros, ao contrário, eram privados desta dieta. Depois, a todas as aves eram fornecidas sementes contaminadas com colônias de Escherichia coli. Os resultados confirmaram, embora de maneira não uniforme, que os pássaros do primeiro grupo ficaram menos inclinados a adoecer.

Pelo exposto, a integração da espirulina na alimentação das aves deve Ter grande interesse. Os únicos inconvenientes são constituídos particularmente pelo sabor e também pelo odor e cor (embora eu tenha observado papagaios e mainás comendo prazerosamente pedaços de comprimidos de alga) além do custo relevante (na Itália faltam produtos para uso zootécnico e para se adquirir necessita-se ir a farmácia ou casas de ervas).

Antes de concluir esta breve nota, desejo destacar que a dosagem aconselhável é de 1% em relação aos alimentos consumidos e que uma quantidade excessiva é considerada uma possível causa de fenômenos diarréicos. Porém, pelas minhas experiências, elevando o percentual de espirulina a 10-20% não evidenciei nenhuma manifestação patológica em relação ao aparelho gastroentérico.

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