Conforme é do conhecimento geral, a cor do canário é
formada basicamente por lipocromo e melaninas. Mas, afinal de contas, o que são
lipocromos e melaninas?
a) LIPOCROMOS.
Os lipocromos são formados por pigmentos chamados carotenóides
que podem ser do tipo carotenos e xantofilas.
Pelo tipo de lipocromos os canários podem ser:
Amarelo e Amarelo Marfim,
pela origem dos canários ancestrais;
Vermelho e Vermelho
Marfim,pela hibridação com o Tarim da Venezuela;
Branco e Branco Dominante,
pela ausência total de qualquer tipo de lipocromo.
Ao contrário, a cantaxantina, que não existe na
alimentação normal do canário, tem que ser adicionada. É depositada diretamente
nas penas, não formando reservas no organismo. Se o fornecimento for suspenso,
as penas em crescimento se tornarão mais claras, daí a necessidade da adição
continuada da cantaxantina na alimentação, ao menos durante o período da muda.
ALIMENTAÇÃO X DEPÓSITOS DE LIPOCROMOS
Sendo os depósitos de lipocromo diretamente
influenciados pela alimentação, podemos alterar a cor original do canário,
definida por seu patrimônio genético, manipulando a alimentação. Alguns
exemplos: As verduras contém pigmentos vegetais, especialmente a zeaxantina, com
a forte tendência a dourar nossos canários amarelos, afetando negativamente a
qualidade do lipocromo. Quanto mais verde, mais zeaxantina a verdura contém. É
interessante ressaltar que, no caso do fator marfim, este efeito é benéfico à
cor. Ao invés de dourar o canário amarelo marfim, o excesso de zeaxantina
intensifica sua cor. O uso de um lipotrópico, produtos com base em cloreto de
colina e metionina, que atue sobre o fígado, acelerando o metabolismo,
intensifica a deposição do lipocromo, melhorando a cor. A gema do ovo, o milho
amarelo, o gérmen de trigo, a alfafa (muito pouco usado na ração de canários),
contém muita zeaxantina, daí provocar os mesmos efeitos que as verduras frescas
quando fornecidas em excesso.
Os carotenóides competem com a cantaxantina na
coloração dos canários vermelhos, daí a recomendação de se evitar rações ricas
em outros carotenóides quando da muda de canários desta cor. A luteína é
abundante nas sementes.
b) MELANINAS
Teorias mais modernas reconhecem 3 tipos de melanina:
Eumelanina Negra,
Eumelanina Marrom e,
Feomelanina.
As melaninas são formadas no organismo e depositadas
nas penas por processos internos, diretamente ligados à Tirosina, um aminoácido
presente no sangue dos canários. A Tirosinase, enzima que participa do processo
de oxidação da Tirosina, fabrica uma molécula em forma de oito, que associada à
presença da enzima Tirosinase e a intensidade da melanização é diretamente
proporcional à quantidade de Tirosina disponível no processo de oxidação.
Os processos de polimerização vão determinar a
formação da Eumelanina Negra, Eumelanina Marrom e/ou Feomelanina.
ALIMENTAÇÃO X DEPÓSITOS DE MELANINA
Como o processo de melanização não depende diretamente
da alimentação, não há como influenciar diretamente os depósitos. Aditivos
comerciais disponíveis no comércio de produtos para canários, que oferecem
intensificação da melanização pela sua adição à alimentação foram testados e
nenhum resultado significativo foi detectado. É evidente que fornecendo-se
alimento que intensifique o brilho da plumagem, por exemplo, esta mostrará
melhor as melaninas do canário, bem como seu desenho, tornando-o melhor aos
olhos dos apreciadores. Assim a recomendação neste momento é fornecer um teor
maior que o normal de lipídeos durante a muda para tornar a plumagem mais
sedosa, com mais brilho e assim demonstrar melhor o tipo do canário.
Bibliografia: - Le Canari - Précis de Canariculture Maurice Pomarède -
Editions du Point Vetérinaire - Como Criar Canários - Frans Kop Vade - Mécum do
Criador
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