23 de ago. de 2015

DIÁRIO DA CRIAÇÃO DE CANÁRIOS DE COR


Paulo César Löf

Segunda-feira, 07 de outubro de 2014 - O INÍCIO DE TUDO  (finis origine pendet = o fim depende do início) 
Tratarei da criação de canários de cor, que é o que sou especializado e posso dividir mais conhecimentos. Advirto que na medida que eu for revisando ou repensando os temas já escritos, irei editando-os. Vai ser simples e claro, e mais objetivo possível. Não será escrito com nenhuma pretensão didática, mas simplesmente pra ajudar àqueles que começaram depois de nós.
Pra começar, criar canários não é uma tarefa fácil: exige dedicação diária e ininterrupta, todos os dias do ano. Também exige disponibilidade financeira pra arcar com os custos de implantação da criação (aves, gaiolas, local e utensílios) que, dependendo do que se deseja, pode ser bastante expressivo.
A primeira coisa que o criador iniciante deve saber é que tipo de criação ele quer ter, se é uma simples criação sem finalidades de competição ou uma criação de nível competitivo. Depois disso, que nível deseja chegar, por exemplo, se pretende ser um criador de destaque na sua sociedade, ou no seu estado ou nacionalmente. Tudo isso vai influenciar (e muito) no tempo dispensado para adquirir os conhecimentos necessários e para cuidar dos pássaros, nos valores necessários para adquirir aves que possam produzir pássaros do nível a ser atingido. Se quiser o melhor, vai ter que gastar; não tem outro jeito, e não existem milagres.
Os canários são aves sensíveis, mesmo estando há quase 500 anos em cativeiro e sendo realmente adaptados à vida doméstica. Isso deve ser levado em conta para não haver frustrações com insucessos em diversos instantes da criação, que compreende desde a montagem do local de cria, a escolha de reprodutores, seu preparo, a criação dos filhotes e a final preparação desses filhotes para os concursos.
Por isso, recomendo muito que esses mesmos criadores iniciantes que estão aqui lendo esse artigo tenham muito cuidado com as fontes de suas leituras. Com a internet vem tudo, de bom e de ruim! Nada substitui o contato com criadores de maior experiência e que realmente possam transmitir os conhecimentos e as informações necessárias. Ah, e vou contar um segredinho: é lenda que os criadores não “passam informações” aos que estão começando. Normalmente o que acontece é que os iniciantes não acreditam na simplicidade da maioria das informações prestadas e preferem testar várias ‘teses’ mirabolantes de alguns pirotécnicos em busca de fama. Também disso a internet tá cheia! Álvaro Blasina, amigo de duas décadas e renomado criador, juiz internacional, sempre diz uma coisa: quanto menos inventar em criação, melhor. Ou seja, sem frescuras. Começar dominando o básico e depois ir avançando.
Um erro sempre repetido é querer começar com muitos casais, ou, pior, com muitas cores. Com muitos casais, será difícil estabelecer uma boa rotina de manejo e especialmente contar com um número ótimo de bons reprodutores. O nível normalmente cairá bastante. Muitas cores iniciais, tornará o criador um eterno comprador de pássaros, pois produzindo poucos filhotes por cor, dificilmente conseguirá fazer uma seleção eficiente e obter vários pássaros de altíssimo valor genético ou zootécnico.
São 600 cores. Atenha-se a algumas poucas cores inter-relacionadas, torne-se um bom criador delas e vá agregando outras com o tempo. Vá por mim!
Iniciando pela decisão de onde se quer chegar, faço uma lista das necessidades de investimento médio e de material para a montagem de um pequeno plantel de 30 casais, de nível competitivo, onde pode-se, com muito sucesso, criar 150 filhotes:
  • 30 fêmeas reprodutoras (custo médio de R$ 250,00 por ave);
  • 20 machos reprodutores (custo médio de R$ 300,00 por ave);
  • 30 gaiolas para cria (custo médio de R$ 100,00 por gaiola);
  • 10 voadeiras (custo médio de R$ 100,00 por voadeira)
  • Potes, bebedouros, ninhos (total de R$ 300,00)
  • Alimentação (custo mensal de R$ 4,00 por ave)
  • Anuidade do clube ornitológico (variável e regional)
  • 150 anilhas para filhotes (com revista FOB R$ 300,00)
  • Material de limpeza, luz e água (custo mensal de R$ 50,00)
Só com o descrito acima, sem mão de obra, já saímos de mais de R$ 17.000, fora os custos mensais e eventuais mãos de obra de terceiros. Portanto, agora já fica claro porque canário bom custa caro!
Bem, por ora é isso. No próximo texto, tratarei da escolha do local para instalar a criação.
Abração!
Terça-feira, 05 de agosto de 2014 – Hoje inicio uma nova série de postagens, todas aqui e atualizadas quando der.
Será no formato de blog, sempre com esse mesmo título. Como tenho sempre sido contatado para ajudar nas mais variadas dúvidas de iniciantes a experientes, vou tentar aqui compartilhar um pouco da experiência de 20 temporadas de criação de canários de cor.
Sou juiz desse segmento desde 1999 e tenho sempre tentado contribuir no que eu possa com os colegas de atividade, pois sei que não é fácil, nem pra quem tá começando, nem pra quem é experiente. Aprendemos todos os dias, e quem pensar que já sabe tudo, começou a não saber mais de nada…
Vai ser da seguinte forma: cada tópico será como se eu estivesse começando hoje uma criação, desde a escolha do local, reprodutores, cores a serem criadas, informações de alimentos e produtos, cálculos de investimento. Ou seja, tudo que eu lembrar que possa ser útil. na medida do possível, postarei fotos relacionadas e alguns filmes.
Para deixar bem claro, farei citação aos produtos produzidos pela BioSuprem (da qual sou sócio juntamente com meu amigo, o médico veterinário Rudimar Rober Schneider) , por realmente confiar neles, pois surgiram da minha necessidade como criador. Hoje, vivo exclusivamente dedicado aos canários, através da fábrica e da minha criação.
No mais, um forte abraço virtual e obrigado aos que estiverem dispostos a me acompanharem nessa jornada. Nada se faz sozinho, canaricultura, muito menos!

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